terça-feira, dezembro 30, 2014

livre leve e solta

Logo que me mudei pro MEU apartamento, comecei um namorico com um moço que dizia andar sempre pelado pela casa, achava aquilo tudo muito esquisito. Nudez era pra mim algo mais pra alguma intimidade. Entre quatro paredes, banho e algumas poucas outras exceções à regra, quem sabe. Achava aquilo meio despudorado, beirando a perversão quase ou talvez um fetichismo que eu não entendia bem.

Ahhh... a ingenuidade das coisas. Sentir o vento na pele, a sensação de estar em casa, sentada à janela como se sozinha no mundo, e como o mundo se apresentou a mim lá a algumas dezenas de anos atrás. Muito melhor! 

H., hoje te entendo e te agradeço imenso pelo prazer de viver livre!
E pra quem fizer mesmo questão de olhar pela MINHA janela: Mazel Tov!!!

sexta-feira, dezembro 12, 2014

módulo 03

Um pouco sim, um pouco não.
De tudo que vem do chão,
como pó que sobe com vento
e cai lento na noite calada.

Calada, muda. Muda.
Que cresce com sol
Que vibra com a lua
Que chora na chuva
No meio do som do povo que passa
Multidão.

Um pouco não, um pouco sim.
Palavra consome. Some. Muda.
Calada, brava, perversa.
Num tom de ironia, ria, falava, tramava, chorava e ia.

Um pouco disso e daquilo.
Daquele outro pouco talvez.
De tudo um outro se fez,
quando surgiu um não, outro sim.

Me fiz de novo do pó.
Do que restou outra vez,
Nasci de nada e contudo,
nunca morri.
Só conflito.