sábado, abril 25, 2009

A Internet possibilita um monte de coisas bem boas, as coisas passam a ser todas instantâneas, universais e todas ao mesmo tempo agora. Mas o que eu gosto mesmo mesmo é da possibilidade de deleção.
Por mais que uma vez postado, escrito, publicado, já não tenha mais jeito - vc pode ter o mundo como testemunha -, acho libertadora a sensação de poder voltar atrás, apagar e escrever de novo do jeito que quiser, demonstrando abertamente que nesse novo momento o post é outro, é tudo outro. Pode mesmo deletar o blog, cometer orkuticídio e tantos outros assassinatos e simplemente começar de novo, do novo zero que determinou para si.

E claro, dá pra fazer isso na vida real também. Mas cara a cara, às vezes, é mais difícil.

sexta-feira, abril 24, 2009

o medo do desconhecido é mais antigo e batido que qualquer outra coisa em que eu possa pensar, mas quando bate à porta e se percebe que afinal esse desconhecido é mais um esquecido ou um indesejado, a coisa muda de figura e chega a hora de encará-lo. de frente. de peito aberto, com direito a silicone e uplift.

claro que quando se percebe isso, ao mesmo tempo que se pega a espada pra seguir em frente, o medo começa a tomar toda uma outra forma e - pasme! - fica pior. descobre-se que é medo do conhecido, mas empurrado lá pra baixo, pros confins do in(ou sub)consciente. é medo que não é real, mas que já foi um dia, e passa a ser hoje um medo com uma carga de tempo grande demais pra conseguir enfrentar de cara limpa.

gostava mais de quando eu tinha medo de descer a escada sozinha às 5 da manhã dos sábados, acordava e ficava sentada entre as portas dos quartos dos meus pais esperando alguém vir me ajudar a ter coragem.

quinta-feira, abril 23, 2009

algumas coisas parecem tão ridiculamente ridículas que nem as percebemos lá. pois chegou a hora de rever como é importante a capacidade de:
1) carregar um livro do sofá da sala à mesa da cozinha
2) ficar de pé, a 90 graus do chão
3) vestir uma calça de pé
4) se virar na cama à noite
5) não perceber que a escada que te separa da sua cama tem 14 degraus
6) fazer xixi na pausa de 75 segundos no meio do filme
7) pedir ajuda, nem que seja pra carregar um livro do sofá da sala à mesa da cozinha

note to self: lembrar dessas coisas ridiculamente ridículas.

quarta-feira, abril 22, 2009

o som da solidão

Acho que morar sozinha faria muito bem à minha escrita. Venho percebendo que vou lá fora, falo com pessoas, twíto, leio, vejo jornal, ando na rua, vejo táxis. Depois, à noite, quando estou sozinha em silêncio no meu quarto, ouvindo poucos carros passarem sozinhos na rua, com a luz já a meia luz só lá longe na cabeceira, eu sento e muitas idéias vêm inteiras na minha cabeça. Não há mais fragmentos cortados por mais uma informação que chega ou mais um telefone que toca. É nessa hora que está tudo em silêncio, menos eu. Eu tenho discursos prontos que minha cabeça parece ter passado o dia todo tecendo. Eu tenho histórias completas e detalhadas sobre seres e faunos, músicas e poemas, críticas, argumentos e protestos. Quando eu deito e apago a luz, logo antes de adormecer, é quando a solidão começa a cantar e as palavras começam a me sair pelos poros. Acho que por isso sonho. Quando acordo, o barulho e o mundo esmigalham todas as idéias de novo e começo de novo a tricotar.

terça-feira, abril 21, 2009

My GPS

While I was showering, a not so unusual thought popped into my head: "what turns me on?"

This is not one of those questions that can't be fastly answered, not if you want to tell the truth at least... Then I started thinking about the guys that most turned me on, about the things that most turned me on, foods, beverages, places and the whole firing up deal.

No, I guess I won't write down a list of things or a map to this treasure - not today I won't. But one of the things that gets me in the mood is that someone who does something really well, and I don't mean a specific thing, just doing it well. I've shaken while sitting down by the side of an amazing driver, who knew how to move through the cars that passed by so secure, that could pay attention to the music, make a turn, keep up a conversation, speed a bit, but just enough so that I wouldn't ask him to slow down and still make it fast enough and manly enough so that I'd almost melt down by him changing gears...

What the hell?! Doing something really well turns me on, but if that something is driving, even better.

And OK, I admit I started picturing a specific person while I was writing and that made me lose focus, but it doesn't change the subject or the mood, it makes it stronger.

sexta-feira, abril 03, 2009

Overrated

Não sinto muito em dizer isso, mas eu odeio dormir de conchinha. Sinto muito (agora sim) que todos - ou a grande maioria - das pessoas que dormiram comigo tenham achado o máximo. O que há de bom em não poder se mexer sem acordar o outro, passar calor e ter alguém fungando no seu cangote a noite toda? E mesmo que venham com o argumento de que não é a noite toda, é só o começo, não adianta, é mesmo no começo da noite que eu preciso conseguir dormir, depois estou dormindo, não me importo muito mias.

Posso correr o risco de soar pouco romântica, mas take some time to think this through: poder realmente dormir depois de fazer uma festinha é bem poético, ao contrário de passar algumas horas em sofrimento, respirando levinho e fazendo cara de "ai que gotoso!".

Mas o pior não tem limite e, se quiser acabar com meu bom humor (pós festinha ou não), me coloque pra dormir de conchinha numa cama de solteiro encostada à parede comigo pelo lado de dentro... morri. Mas de qualquer jeito, deveria morrer mesmo, com a idade a gente não deveria ser mais obrigado a passar por certas coisa, mas c'est la vie.

Pra mim, 'dormir com alguém' é uma questão de intimidade e, como diz a própria expressão, pressupõe que se dorme. Mas como dormir é algo absolutamente pessoal, durmo ao lado de alguém e pode ser concomitantemente, mas durmo sozinha. Eu beijo outra pessoa, abraço outra pessoa, transo com outar pessoa, ou faço amor (que são coisas diferentes) com outra pessoa, mas dormir não dá... eu durmo e você dorme, mas cada um sozinho, ainda que na compania de... então por favor não me rele, deixe que meus pés fiquem pra fora e com um travesseiro todo pra mim. Vou acordar mais feliz e, trust me, vc vai me querer feliz quando eu acordar.

(nota da autora: dont't worry! 1st crappy version)