terça-feira, outubro 29, 2002

Egoísmo
Uma amiga me disse no fim da tarde que iria c/ uma amiga nossa na casa do meu super amigão Del (o que foi-se de volta pro Japão com escala em NY e San Francisco) entregar umas coisas e ver como estava a família dele e tal... Pensei em ir. Saindo do trampo, resolvi que não ía. Que tinha muita coisa que precisava fazer, coisas simples, bem simples, como arrumar a escrivaninha, cortar as unhas os pés e verificar os 68 e-mails não lidos na minha caixa de entrada. Me senti egoísta. Ligeui pra ela e avisei que não ia rolar. Me senti egoísta. Tinha coisas minhas pra fazer. Egoísta. Soltei a seguinte frase: "preciso cuidar de mim, agora" (ou coisa bem próxima disso). Só então entendi. O silêncio. Ele me chamava. Queria silêncio, refúgio, concha, quietude e eu no meio.
Estou aqui agora, no meio do meu silêncio só ouvindo as quase mudas teclinhas fazendo tic tic tic.
Ainda tem coisa que me incomoda, como, por exemplo, um moto que está nesse exato momento quebrando qualquer poesia desse momento, vindo acelerando acho que desde a Marginal até o finzinho da Águas Espraidas, a caminho da Conceição como quem burla o rodízio. Nem raiva consigo ter desse ser estúpido. Estou muito egoísta para isso.

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